Robertinho Silva
Por
quê? Porque a era do CD (minidisco) está sendo maravilhosa, mas viva o vinil!
Nos anos 60, 70 e talvez 80, o nosso documento era a ficha técnica. Eu, por
exemplo, quando comecei a gravar no início dos anos 60, ficava muito orgulhoso
ao ver na contracapa o meu nome e o dos grandes músicos que eram meus ídolos.
Os jovens que estão começando a gravar na era do CD estão sem lenço e sem
documento, pois não podem se orgulhar de sua discografia. É uma falta de respeito
com os músicos e com o país. Quando você compra relançamentos depara-se com um
papel em branco, ao ver o encarte: nada do nome dos músicos, nada dos
instrumentos que tocam, nada de datas e, às vezes, nem os autores das canções.
Até mesmo nas coleções de porte, de grandes artistas, faltam estas informações.
Só que elas são um dos registros mais importantes, são a nossa identidade. Novo
milênio, e o país está ficando burro, deixando a sua história lá nos encartes
dos LPs...
Os
jovens estão querendo informação: "qual disco você me indica sobre a bossa
nova, sobre a música das décadas de 50, 60, 70 e 80?". Mas de que adianta
gastar nosso dinheiro comprando CDs em que faltam todas as informações?
Os
colunistas que escrevem nos veículos de comunicação de circulação nacional,
como as revistas e jornais, têm a obrigação de publicar matérias a respeito
deste assunto. E viva o vinil!