CORRENDO POR BERLIM – Outubro 1998
Acabo de chegar da Europa, e eis que na minha secretária
eletrônica encontro o recado da minha amiga Katia Lancelotti, perguntando pela
matéria do jornal. Só aí que eu me lembrei que tinha passado um mês na Europa e
que havia me esquecido de escrever a história da pedalada que fiz pelo
Marrocos, conforme havia prometido ao amigo leitor, mas como temos tempo, deixo
para o próximo número a fantástica aventura marroquina, e aproveito para contar
um pouco sobre a corrida que dei por Berlim.
Fui à Alemanha, na verdade, para um congresso de direito
autoral com meu amigo Fernando Brandt, velho parceiro de Milton Nascimento;
passamos antes por Budapeste, Praga e Viena. Como ouvimos música! Em Viena,
fomos ao Teatro da Ópera, para assistir à Tosca, de Puccini e, para nossa
surpresa, a soprano era a brasileira Eliane Coelho, magnífica cantora lírica
por lá radicada, que está empolgando os meios do bel canto na Europa.
Fomos também ao Teatro Mozart, onde nos deleitamos com a música do genial
compositor.
Assistimos, em Berlim, à Ópera das três laranjas, de
Prokofief, inédita no Brasil, simplesmente fantástica. Agora, a terra da música
clássica é Praga, na República Tcheca; nunca vi nada igual: são dezenas de
igrejas e teatros com concertos ao longo do dia.
Foi um deleite, após passarmos cinco dias em Berlim
discutindo sobre os direitos do autor, legislações internacionais e
"pirataria", sendo que este último é o assunto que mais preocupa aos
cantores, compositores e à indústria fonográfica no Brasil, e por ser o nosso
país um dos principais mercados hoje, o problema passa a ser mundial.