Sonhos e esperanças





Uma vez dentro de uma vila olímpica, o atleta se sente meio que num conto de fadas e isso quer dizer que uma grande quantidade de esportistas sonha em estar em uma olimpíada, só para sentir todo aquele clima que é o sonho de todas as pessoas comuns. Sentirem, sim, porque atletas não são como todas as pessoas e, convenhamos, eles vivem em uma outra esfera. Isso faz com que os atletas mais novos sejam os que mais se deslumbram com a grandiosidade e novidades que uma vila proporciona. Eu mesmo pude vivenciar e experimentar todas as facilidades que uma vila pode conceder a um mortal e, muitas vezes, atletas que são novos se surpreendem com tamanha organização (e desorganização também, porque imprevistos sempre ocorrem). Falando em imprevistos, você já sabe que os atletas Michael Johnson e Maurice Greene não irão promover a tal sonhada disputa na prova dos 200 metros em Sidney? Claro, todos já sabem o motivo, e não é por causa de contusão ou problema de saúde e sim de finanças, já que eles, após a Olimpíada, farão uma corrida, onde as cifras serão altíssimas. E para que o público fique lambendo os beiços, a corrida será nos mesmos moldes daquele 150 metros no qual o canadense Donavan Bailey venceu. Melhor para o brasileiro Claudinei, que passa a ser um dos favoritos à medalha de ouro. Isto pode ser extremamente desconfortável, pois este tipo de pressão pode definir sua prova negativamente.

Competindo sua primeira olimpíada, temos Maurren Higa Maggi, uma atleta que terá um duro teste, pois, se estiver na final do salto em distância, encontrará Heike Dreslher da Alemanha e Fiona May, uma nativa da Jamaica que vivia em Londres por ter dupla cidadania, agora disputando pela Itália, pois se casou com um italiano e vive em Roma. Essas duas são as adversárias mais fortes. Sem contar com nosso Eronildes Araújo ou, para os amigos, simplesmente, “Eron”. Esse mato-grossense corre contra a hegemonia americana; estará na final com certeza. Sueli Pereira dos Santos, no lançamento de dardo, será outra finalista, contudo, se levarmos em consideração os resultados passados, ela ficaria à deriva. Nelson, no salto em distância, também poderá estar na final e André Domingues terá sua chance de provar que não é um atleta “medíocre”, pois fará as duas provas, 100 e 200 metros, e ainda o revezamento. Isso tudo somado aos maratonistas, de onde eu acredito virá uma medalha para o Brasil. Para ser bem otimista, esses são meus palpites para as medalhas. Que Deus possa guiar nossos atletas para a glória olímpica, e que os novos talentos possam fazer desta participação um aprendizado e tenham dentro da vila olímpica a rotina de treinamento necessária para o sucesso.

Beijão