O BRASIL COM CARA DE ESPORTE
Um Brasil com cara de esporte, é o que se vive hoje no país. Em muitos anos, como esportista, nunca senti o meu país tão envolvido na causa do esporte como agora. A proximidade dos eventos de grande expressão deste ano, como os jogos olímpicos, acelera ainda mais essa sensação.
A ginástica vai bem das pernas, e, nas mãos de sua presidente de confederação e grande amiga, Vicélia Angela Florenzano, teremos, com certeza, a melhor equipe já reunida em jogos olímpicos.
O judô do Brasil está realizando um trabalho de médio a longo prazo muito bom, pois enquanto a equipe principal disputa vaga para os jogos de Athenas, na Grécia, os mais jovens estão competindo muito bem em provas internacionais, sob o comando de Rosicléia Campos, uma ex-atleta de muito talento que recebeu a responsabilidade de assumir a equipe júnior e vem fazendo um ótimo trabalho de preparação com ela.
O vôlei de praia é um esporte no qual o Brasil é favorito ao pódio, mas o que chama a atenção é que o Brasil, em suas combinações, sempre consegue reunir talentos, e a dupla feminina não somente reuniu o talento de duas grandes jogadoras, Sandra Pires e Ana Paula, como o de dois técnicos detalhistas e de experiência.
A atleta Sandra Soudan, do triatlo, está num momento muito especial na carreira, em décimo lugar no ranking mundial. Ela se diz atravessando o melhor da forma física e da experiência. Aliás, todo o time feminino é bom, pois tem, além de Sandra, Carla Moreno e Mariana Ohata.
Tecnicamente falando, o iatismo (ou esportes de vela), estará com sua melhor representação; e a inclusão de duas novas classes para o feminino deu um upgrade para esse esporte de tanta tradição. O mais engraçado é que numa constelação como Robert Scheidt, Torbem Grael, Marcelo Ferreira, surgem novos talentos que estarão, em alguns anos, dando trabalho aos atuais ídolos do esporte.
O atletismo é um esporte que sempre dá sua contribuição ao quadro de medalhas, e, ao que parece, essa escrita se confirmará, com o revezamento que está afiando as passagens de bastão, para que possa se repetir a cena de Sidney, quando o Brasil esteve no pódio. Outra medalha segue uma tradição antiga que começou com Adhemar Ferreira da Silva, passou por Nelson Prudêncio e agora encontra nas pernas de um paranaense forças para realizar saltos que levarão a Brasil para o pódio: Jadél Gregório é um vencedor e está muito focado em seu objetivo para os jogos olímpicos da Grécia.
O esporte precisa do incentivo das autoridades e outras leis precisam ser criadas para a evolução dos nossos atletas. O nosso presidente tem boa vontade, mas ainda não é o suficiente. Quando nós, da imprensa, vemos como o esporte, com a pequena ajuda que tem, já é melhor do que no passado e o que tem alcançado, ficamos maravilhados. Por isso, achamos que deveríamos ter um pouco mais de incentivos fiscais, para que o empresariado possa investir no esporte. E que essas leis possam favorecer aqueles que querem um país mais educado, saudável e, o mais importante, propiciem a inserção do jovem na sociedade, por meio da atividade física, que tem, em países desenvolvidos, um significado, uma importância, lembrando o que eu venho falando como esportista e medalhista olímpico, há muitos anos: "O esporte, pela educação do corpo, é a melhor maneira de dignificar a vida dos habitantes do nosso país, que sofrem tanto e encontram no esporte de alto rendimento uma maneira de identificação com o ídolo, pois, por intermédio deste, vêem refletida a garra do povo brasileiro”.
Um forte abraço olímpico.
Robson Caetano.