AMOR
O amor está em toda
coisa viva
Ou morta,
O amor é a única
coisa verdadeira
Que importa.
Amor à primeira
vista ou não
É o artista do
coração.
Amor
É ternura,
É cobrança,
Desventura
E aliança.
É vontade de morrer
E toda a razão de
viver.
O amor é a nossa
força,
A nossa paz.
E se faltar amor,
A gente faz.
Rinaldo Leite
BATUCADA
Fui visitar uma
amiga
Levar o seu presente
Porque falhei no
aniversário
Estive ausente
Levei como lembrança
uma panela de
pressão
Porque ela é
quituteira
Sabe fazer feijão
Depois fomos brindar
no bar da esquina
Em frente um outro
bar
numa batucada fina
Era o churrasco de
alguém
que aniversariava
comemorando com os
amigos
com um bom papo e
batucada
Coincidência ou não
um chope caiu bem
Para aproveitar a
noite
sem ficar no vai e vem.
Suely Nazareth
VERBO
Escrevo nas portas dos banheiros
eu te amo
Nos muros, nas árvores velhas da cidade
eu te amo
Dentro dos corações cortados
eu te amo
Eu te amar é verbo que conjugo com os poros
Construo imagens nítidas
como claro é o fogo que explode nas matas
Expulso os fantasmas da língua
combino as rotas certas das nuvens
inverto os trilhos das ruas e das chuvas
Eu te amar está inserido nas veias
e não há ninguém que ouse dizer NÃO.
Tanussi Cardoso
A PAZ MERECIDA
Boas
intenções apregoam a paz
paz não
dorme com cantiga de ninar.
No tapete
da calmaria
há muito
desistiu o coração.
Conflitos,
há muito desistidos
nem sempre
vestem a solidão.
Sabe
aquela paz de cão
no tapete?
Pode a
falta para algo sonhar-se
dar a
chance a uma grande paixão.
É a paz
dos moinhos de vento
o ócio dos
poetas.
Celi Luz
HERÓI
Eu sou um
cara com vergonha na cara.
Isto é,
Sou um
herói
(Mas estou
de férias).
Sou leigo
nessa matérias
Que
empolgam à rara ignara
Não tão
rara assim.
Minha
existência é apenas a mim.
Nem a João
nem a Maria,
Nem ao
oficial venal por dez reais,
Apenas a
mim.
Em sua
inteireza e seus totais.
(Jagunços
se atocaiam nos palácios escoriais
Onde se
amoitam as latas de biscoito
Em que
troquei três por oito).
Mano Melo
LINDA, EU SOU
TODO TEU
Sou eu a água que te
lambeu o vestido
e sou a chuva que
teu cabelo molhou
pareço o sonho nesse
teu rosto esquecido
e até o susto que
não te arrepiou
Sou a imagem que tu
querias guardar
e a mensagem que
adorarias ouvir
sou o sermão que foi
tão bom escutar
porque então tu
fostes logo dormir
No pé do morro que
tu querias subir
sou eu a sombra que te
convida a sentar
sou o palpite que te
diz aonde ir
e a verdade que não
me podes contar
Quem sabe um dia,
depois de tanto insistir,
eu seja o cara que
tu querias achar.
Aluizio Rezende