Minha máquina de escrever – só não tinha internet
Muitas saudades tenho
Daquelas teclas mágicas
No papel A4 eu navegava
Iniciava na tecla G e escrevia ‘Google’
Na F, ‘Facebook’, na Y, ‘Youtube’
Para ‘acessar’ retirava a tampa
Um ‘aplicativo’ indicava o fabricante
Na tecla retrocesso fazia ‘download’
A ‘impressora’ não era separada
Aperfeiçoada em 1878, não usava ‘mouse’
Nem ‘circuito integrado’, nem ‘memória’
‘Software de base’ eram os dez dedos
Para twittar relatava por telefone
Tudo o que havia datilografado
Não usava ‘ponto com ponto br’
Porém, havia teclas ponto e vírgula
Eis que, após anos de uso
A relíquia se foi, sem conserto
E para adquirir outra, fui R-I-D-I-C-U-L-A-R-I-Z-A-D-O
Meu bisneto perguntou “o que é isso, vovô?”
Nas lojas, a resposta: nunca ouvi falar,
Procura no ferro velho, lixão, brechó,
Ou compre pela internet; eu aderir à internet??
Assim é a vida.
Walkyrio Rotay.