BREVE HISTÓRIA DO CINEMA MUNDIAL



BREVE HISTÓRIA DO CINEMA MUNDIAL
Capítulo 1 – Estados Unidos da América – Parte 4

Um estadunidense que batalhou bastante para conseguir sucesso foi DARRYL F. ZANUCK (1902-1979). Abandonado pelos pais quando tinha treze anos, mentiu sobre sua idade e serviu ao exército aos 15, indo lutar na Bélgica, na I Guerra Mundial. Depois da baixa, sobreviveu graças a uma série de empregos diversos, sendo até boxeador profissional, enquanto tentava a carreira de escritor. Tendo habilidade para enredos, produziu os roteiros da série Rin-Tin-Tin para a Warner, onde, depois de escrever muitos textos, passou a chefe de produção, aos 23 anos. Dali saiu para fundar, com Schenck, em 1933, a 20th Century, que, conforme já vimos, iria resultar na 20th Century-Fox, da qual foi diretor de estúdio. Entre os filmes mais importantes do período em que esteve no comando, estão: As vinhas da ira (1940), Como era verde o meu vale (1941), A malvada (1950) e O mais longo dos dias (1962). Em maio de 1971, retirou-se do comando da empresa. 

Outro polivalente foi JESSE L. LASKY (1880-1958). Antes de se dedicar à indústria cinematográfica, foi repórter, músico, maestro e agente. Fundou, em 1913, a Jesse L. Lasky Feature Play Company, junto com o seu cunhado, SAMUEL GOLDFISH (depois GOLDWYN) e CECIL B. DEMILLE (1881-1959), o grande produtor e diretor. O primeiro sucesso da sociedade foi Amor de índio (The squaw man, 1914). Em 1916, a Feature Play fundiu-se com a Famous Players, de ADOLPH ZUKOR o que, em 1917, iria resultar na poderosa Paramount, onde Lasky tinha grande poder, até ser forçado a sair, por Zukor, em 1932, indo para a Fox como um produtor independente. Entre suas produções, destacam-se: Sargento York (1941), As aventuras de Mark Twain (1944), Rapsódia Azul (1945), Sem reservas (1946), O milagre dos sinos (1948), entre outras. Sua autobiografia, I blow my own horn, foi publicada em 1957.  Como se pôde verificar, os judeus imigrantes foram importantíssimos, criando, em Hollywood, a América com que haviam sonhado. Os moguls do cinema já se foram, mas deixaram consolidada uma indústria que é a mais poderosa do mundo.

 O sonho hollywoodiano não acabou...
O CINEMA DOS EUA NA DÉCADA DE 1920 – Após a implantação de Hollywood, a década de 1920 ressaltou o desenvolvimento gigantesco das principais indústrias que passaram a dominar a produção cinematográfica: Metro-Goldwin-Mayer, Paramount, Warner Bros, Fox, RKO, United Artists e First National. Destacaram-se grandes diretores nacionais, como: David Wark Griffith, King Vidor, Harry Langdon, Clarence Brown, Henry King, William Wellman, Robert Flaherty e Frank Borzage, bem como o inglês Charles Spencer Chaplin – o grande criador de Carlitos – e outros diretores estrangeiros de grande talento que imigraram para os EUA: Ernst Lubitsch (Alemanha); Eric Von Stroheim (Áustria); Friedrich Wilhelm Murnau (Alemanha); Josef Von Sternberg (Áustria); Victor Sjöström (Suécia), que nos EUA adotou o nome de Victor Seastrom. Só em 1920, foram produzidos 600 filmes de longa metragem. Em 1928, já era atingida uma quantidade equivalente à metade da produção mundial. Estes são os principais filmes dos cineastas citados, no período:

David W. Griffith (1875-1948): Horizonte sombrio (1920); Órfãs da tempestade (1922); América (1924); –King Vidor (1894-1982): O grande desfile (1925); A turma (1928); Show people (1928); Aleluia (1929); –Harry Langdon (1884-1944): O andarilho (1926); O homem forte (1926); O pinto calçudo (1927); –Clarence Brown (1890-1987): A Águia (1925); A carne e o Diabo (1926); Ouro (1927); Mulher de brio (1928); Henry King (1888-1982): Tol’able David (1921); Stella Dallas (1925); –William Wellman (1896-1975): Asas (1928); Robert Flaherty (1884-1951): Nanook, o esquimó (1922); Moana (1926); –Frank Borzage (1893-1962): Sétimo céu (1927); –Charles Chaplin (1889-1977): O garoto (1921); Em busca do ouro (1925); O circo 1928;
Ernst Lubitsch (1892-1947): Rosita (1923); O círculo do casamento (1924); Paraíso proibido (1924); O leque de lady Margarida (1925); O príncipe estudante (1927); Alvorada do amor (1929);
Eric Von Stroheim (1885-1957): Esposas ingênuas (1922); Ouro e maldição (1924); A viúva alegre (1925); –F. W. Murnau (1888-1931): Aurora (1927); –Josef Von Sternberg (1894-1969): Amor e sangue (1927); Docas de Nova York (1929); –Victor Sjöström (1879-1960): Lágrimas de palhaço (1924); Vento e areia (1928).
Entre as grandes divas da época, temos: –Lilian Gish (1896-1993), cuja carreira prolongou-se até 1987, quando participou de As baleias de agosto, de L. Anderson; –Gloria Swanson (1897-1983), atriz máxima da Paramount, que interrompeu sua carreira pouco tempo depois da chegada do cinema falado, só voltando a triunfar em 1950, com Crepúsculo dos deuses; –Norma Talmadge (1893-1957), a “queridinha” de Hollywood, que se aposentou com o início do cinema falado, devido ao seu sotaque nasalado. Entre os atores do período, o italiano Rodolfo Valentino (1895-1926) era a fantasia sensual de mulheres do mundo inteiro. Participou de filmes, como: –Os quatro cavaleiros do Apocalipse (1921); –O sheik (1921); –Sangue e areia (1922); –A Águia (1925); –O filho do sheik (1926). Stan Laurel (inglês – 1890-1965) e Oliver Hard (norte-americano – 1892-1957), “O gordo e o magro”, atingiram o máximo de popularidade quando formaram uma dupla, a partir de 1926. Já haviam trabalhado juntos em Lucky dog (1918).