“Cultura
da Vida”... A partir desta data, e algo que considero solene, a coluna
“Ecologia Humana” vai para os arquivos de colecionadores, ou para meus próximos
livros. Talvez o leitor não saiba, mas muitas das crônicas que aqui publico passam
a fazer parte, posteriormente, de minhas publicações, artigos ou livros. O
capítulo “Hipócrates no Rio de Janeiro”, por exemplo, foi publicado
inicialmente aqui e hoje consta no livro “Lugar de Médico é na Cozinha”. “O
Médico e o Verdureiro” vai para o capítulo inicial do meu livro “O Cirurgião
Verde”, ainda em fase de escrita. E os capítulos de “Contos para Sofia” – meu
futuro livro infantil – foram publicados, em sua íntegra, neste honroso jornal.
Assim que muitos textos saíram “na pressão” da Katia, do Nelson ou do Gustavo.
Esta “pressão” acaba gerando textos que surpreendem a mim. Muitos que considero
bons ou ótimos saíram, assim dizendo, de última hora. Ou seja, o exercício de
escrever para este jornal acaba sendo o fermento para minha atividade literária,
prensada entre meu dia a dia cheio de palestras, aulas, cursos e consultas.
Mas
acho que agora chegou a hora de mudar. Não uma mudança súbita, ela é fruto de
reflexões, de amadurecimentos graduais e de conviver e ouvir alguns daqueles
que eu apenas considerava mitos: Amit Goswami, John Veltheim, Wallace Lima,
Trigueirinho e Gabriel Cousens, por exemplo, hoje fazem parte de minha lista de
conhecidos ou amigos. Minha prateleira de livros cresceu, e hoje tenho nela
brochuras valiosíssimas, como “Alimentos de Paz” (Peace Food), de Ruediger
Dahlke, ou “A Alma das Árvores”(Die Geist der Baume) e “Supere a Gravidade”
(Defy Gravity), junto aos clássicos “Walden”, de Henry Thoreau, “Ponto de
Mutação”, de Fritjof Capra, o “Glossário Esotérico”, de Trigueirinho, ou o
inesgotável poema de vida “Evangelho Essênio da Paz”, de Edmond Bordeaux
Székely. Esses caras são portadores de informações que elevam o grau de
evolução humana. Ninguém nasce feito. É exatamente através dos encontros
pessoais, literários ou virtuais com eles que a espécie humana percebe
aprendizados verbais e não verbais e evolui inexoravelmente para o exercício de
seu papel na superfície do planeta. Somos assim desde que éramos “primatas
catadores que andam em bando”, nossa mais perfeita definição genealógica.
A
informação que uma Cultura da Vida está florescendo, e poderá influenciar toda
esta primeira metade do século XXI,
impulsiona-me na ascese pessoal e na intenção de continuar trabalhando,
servindo, atuando e, principalmente, de aceitar que meu próprio corpo e minha
própria mente não estão destinados à inevitável degeneração. E que também
disponho de um equipamento sutil e altamente sofisticado em estado latente:
minha alma, esta santa expressão, que ainda é criança e sorri feliz ao saber que
me dedicarei ao seu crescimento nos próximos cento e vinte anos. Assim passa
esta coluna a ser denominada doravante “Cultura da Vida” para que preserve e
honre todos os temas relacionados à vida, à alegria de viver, às manifestações
culturais que enalteçam os seres humanos vivos e todos os seres que nos
acompanham na Terra. É mais uma chance de me exercitar e escrever, apoiado
pelas coisas da natureza, no livro da vida, que nos inspira a cada dia que o
sol desponta no horizonte, a cada gota de chuva que beija a terra e a cada
criança que nasce e sorri para a vida. Não tenho dúvidas que a força desta
coluna puxará minha pena e logo você, leitor, poderá deleitar-se com estas
linhas, cheias de estradas, florestas e nascentes. AHOU.
Alberto Peribanez