O
que você acha de um país cujo Congresso tem a ousadia de querer mudar a
Constituição ao seu alvedrio, só para proteger delinquentes?
O
que você acha de um país em que um insignificante parlamentar põe-se a ofender
um ministro da Suprema Corte?
O
que você acha de um país cuja Câmara de Deputados dá posse a um cidadão acusado
e condenado pelo Supremo Tribunal Federal?
O
que você acha de um país em que grande parte de seus habitantes confessa seu
desprezo às leis?
O
que você acha de um país que, em uma de suas principais cidades, um prefeito
decreta ponto facultativo em hospitais públicos, deixando desprotegida a parte
mais necessitada de sua sociedade?
E o
que dizer de um país cuja legislação penal prevê condenações de até trinta anos
para crimes dolosos, mas adota um sistema de progressão das penas que permite
ao condenado voltar às ruas em seis anos?
E o
que pensar de deputados e senadores que se valem de cargos eletivos para gozar
da impunidade?
E
de representantes do povo que legislam de costas para esse mesmo povo, sem
ouvir seus clamores?
E
de juízes que vendem sentenças e, quando punidos e afastados de suas funções,
recebem uma aposentadoria privilegiada?
Acho
que não preciso dizer o nome desse país.
Eu,
meu caro leitor, sou homem viajado e atento à cultura de outros povos, e
confesso nunca ter visto coisa igual em lugar nenhum. Ao menos por onde andei.
E o
pior é que, lendo os ensaios, estudos e artigos de Euclides da Cunha, constato
que os problemas de hoje são os mesmos de antigamente.
Parece
que o Brasil não consegue se livrar de sua danação, que é a corrupção, seja o
governo de direita, de centro ou de esquerda.
Enquanto
houver essa corrupção sistêmica, não adianta sermos a oitava, sétima ou sexta
economia do mundo, porque nada vai mudar para o povo.
O
resto é puro marketing.
Por
isso eu lhe pergunto, caro leitor, o que você diria disso tudo?
Diga
alguma coisa, nem que seja uma palavrinha ou um palavrão!
Paulo Sergio Valle