Quando
o assunto é floricultura e plantas ornamentais, os países que mais se destacam
no planeta são a Holanda, o Japão e os Estados Unidos.
Esses três detém, mais ou menos, a metade da produção mundial. Como se isso não
bastasse, cerca de 25% de toda a área destinada ao cultivo de flores e plantas
ornamentais está também nas mãos, ou melhor, nas terras desses três países. A
Holanda se destaca como o maior produtor em nível de excelência de seus
produtos, além de manter os maiores investimentos em pesquisa, desenvolvimento,
logística e distribuição deles. Os números que envolvem a produção e
distribuição de produtos tão perecíveis não deixam dúvidas de que se trata de
um negócio bastante lucrativo. Na América Latina, os países que se destacam são
a Colômbia (com produção de rosas de excelente qualidade), o Equador e a Costa
Rica.
Aqui
no Brasil, não é diferente. Embora tenha uma participação ainda muito pequena
no cenário mundial, nosso país se destaca por conta do seu enorme potencial de
crescimento, não só no mercado externo, como, principalmente, no interno. No
Brasil o comércio de flores e plantas ornamentais cresce em média de 10 a 15%
ao ano. Esses números se mantêm assim há pelo menos dez anos e estão bem acima
da média nacional. Há vários seguimentos nesse setor: produção de sementes e
propágulos, produção de mudas envasadas, produção de flores para corte,
produção de gramas, entre muitos outros. Produzimos pouca ou quase nenhuma
semente, mas o país é um importante produtor de propágulos (partes das plantas
que são usadas para a sua multiplicação), como caules, folhas e bulbos, estes
últimos importantes para amarílis, lírios e gladíolos (a famosa
palma-de-santa-rita, muito comercializada aqui nas festas de fim de ano).
Nosso
potencial de crescimento está principalmente na produção de flores tropicais,
como alpínias, helicônias, bastão-do-imperador, dentre outras. São plantas que
não precisam de grandes investimentos para produção e podem ser cultivadas a
céu aberto. Isso porque a produção de flores e plantas ornamentais é um ramo de
atividade que envolve muita tecnologia e demanda mão de obra especializada.
Outro
grande destaque no país é a produção de flores para corte. São produtos que,
além da tecnologia envolvida, necessitam também de uma ampla rede de
distribuição e logística muito bem arquitetada para seu sucesso, pois precisam chegar em perfeito estado aos olhos
do consumidor. Nesse seguimento (flores de corte), as rosas são o maior
destaque no Brasil. São mais de 50 variedades que invadem o mercado brasileiro,
e temos os melhores padrões de excelência e qualidade de produção. Destaques
aqui para o interior de São Paulo e do Ceará.
São
Paulo se destaca como o estado brasileiro que mais produz flores e plantas
ornamentais. Aproximadamente 70% de toda a produção estão naquele estado,
sobretudo em Holambra (junção da palavra Holanda + América + Brasil), cidade a
pouco mais de 100 km da capital do estado e que concentra muitos imigrantes
europeus, especialmente holandeses, que trouxeram toda a cultura e tecnologia
de produção. Como se não bastasse isso, importaram também um dos sistemas mais
modernos de comercialização desse negócio, o Veiling, que é uma espécie de bolsa de valores do setor que regula
os preços de comercialização dessas espécies em toda a América Latina.
E
o nosso Rio de Janeiro? Desponta na capital um importante polo de produção, o
bairro da Ilha de Guaratiba, com muitos produtores direta ou indiretamente influenciados
por Roberto Burle Marx, que morou por mais de 40 anos nas cercanias do local.
Além disso, o Rio tem o segundo maior mercado do país (em valor). Nossa
produção de orquídeas na região serrana do estado é muito importante e
poderemos crescer ainda mais por conta de eventos como a Copa do Mundo e as
Olimpíadas, especialmente por conta dos investimentos em paisagismo. E você? Já
comprou sua flor hoje? Elas estão bem mais perto de você agora, não acha? Que
tal conferir de perto suas belezas?
Fabio Freitas