Saúde com Dr.José Figueiredo Penteado
A boca é responsável por cerca de 90% dos casos de mau hálito. O restante fica distribuído pelo segmento otorrinolaringológico, sistêmicas, pseudo-halitose ou halitose psicogênica.
Funções da saliva: limpeza, lubrificação, poder tampão, antibacteriana, coagulação do sangue, digestão, equilíbrio hídrico.
MECANISMO:
Saburra – O paciente tem predisposição. Fluxo salivar alterado, mucina patológica, aumento da descamação bucal, invasão de gram-negativos e anaeróbios proteolíticos, células epiteliais ricas em aminoácidos (cistina e cisteína), enxofre, sulfidretos, halitose;
Fluxo salivar diminuido – Formação de mucina doente. Presença de células epiteliais descamativas, formação de saburra, invasão de bactérias gram-negativas e anaeróbios, enxofre, sulfidretos, halitose;
Associações – Xerostomia, descamação bucal, saburra, candidíase, estresse agudo, alterações bioquímicas da saliva, mucina patológica especial (MUC5B), mediadora da aderência do H. Pylori na saburra e na gengiva.
Como se pode ver, o fluxo salivar é muito importante na eclosão da halitose.
Causas mais comuns de diminuição e alteração do fluxo salivar: estresse, desidratação, sono, medicamentos, radioterapia, doenças sistêmicas, idade.
AVALIAÇÃO PRÁTICA
1 – Enxofre positivo: a) fluxo salivar qualitativamente ou quantitativamente alterado, saburra lingual, invasão por anaeróbios; b) saburra lingual, fluxo salivar espesso, mucina MUC5B, aderência, H. Pylori na língua, placa bacteriana ou estômago;
2 – Enxofre negativo: fluxo salivar alterado, saburra lingual, aderência do fungo Cândida. É muito difícil saber o que surge primeiro: a saburra ou o fluxo salivar alterado.
DIAGNÓSTICO – Em face da fisiopatogenia da doença, o seu diagnóstico implica em: teste do enxofre – (halimiter basal e estimulada); sialometria basal e estimulada; exame da língua com a câmera acu-cam; teste bana – quando necessário para bactérias anaeróbicas; ph língua - Sempre que possível, enviar para o Roteiro de Halitose.
Os dez mandamentos do mau hálito
1 – Confirmar sempre a presença da doença;
2 – Anamnese e exame físico;
3 – Quantificação com teste do enxofre simples e estimulado com cisteína;
4 – Fotografia da língua com a câmera Acu-Cam;
5 – Sialometria;
6 – Orientar a higiene: fio dental, escovar dentes, limpeza da língua, bochechos;
7 – Remover os colutórios orais, cremes dentais, alcoólicos mentas etc.;
8 – Retirar alimentos que gerem mau hálito, como cebola, alho, leite, pepino;
9 – Orientar a hidratação adequada;
10 – Correção da halitose com enxaguantes bucais de alto poder bactericida.