Síndrome do Intestino Irritável
Saúde com Dr.José Figueiredo Penteado
A síndrome do intestino irritável é uma doença funcional crônica, que incide na população. Cerca de 30% do diagnóstico é por exclusão, depois de afastar uma doença orgânica. Vale lembrar o papel do cólon no processamento final dos alimentos, que é a eliminação dos produtos finais da digestão, e pelo papel que a anatomia do cólon representa no túnel digestivo, como ponto final de saída, portanto podendo influir mecanicamente em todo o tubo digestivo.
Descrevem-se três tipos básicos:
1 – Cólon espástico: dopamina dependente – receptores na sigmoide. Cursa com fezes espásticas cibalares, grande distensão abdominal e dispepsia hipotônica; o intestino manda um aviso para o estômago, para esse diminuir o esvaziamento, já que todo o trânsito está engarrafado. Tendência a evoluir para doença diverticular do cólon, predomina nos ansiosos;
2 – Cólon hipotônico: cursa com aceleração do trânsito, fezes fragmentadas, aquosas, várias evacuações ao dia, insegurança intestinal, dor e ruído intestinal. Manejar com constipantes e dieta, manejo muito difícil, predomina em pessoas com tendências depressivas; retirar da alimentação todos os peristálticos, usar procinéticos; diminuição da permeabilidade intestinal, levando a distensão gasosa e grande desconforto abdominal;
3 – Cólon atônico: falta ou diminuição das contrações no lado esquerdo do abdome, geneticamente determinado, deficiência do hormônio motilina, ocorre em jovens desde cedo. Não há nenhuma vontade de evacuar, a barriga é flácida, indolor, quase sem gases; não adianta o uso de fibras, o que agrava mais a doença, podendo provocar até fecaloma. Usar peristálticos alimentares e medicamentosos, ajudar sempre o peristaltismo com laranja, mamão, ameixa preta, activia, damasco.
4 – Cólon misto: associações 4.1 – espástico com atônico – mais fácil manejo; 4.2 – espástico com hipotônico – dificílimo manejo pela alternância evacuatória e porque as medicações são antagônicas e é quase necessário usá-las diariamente após cada evacuação, o que é praticamente impossível para o portador. Essa síndrome e a doença do refluxo gastroesofágico são os desafios mais intrigantes e difíceis da moderna gastroenterologia.