Após uma temporada muito irregular dos times do Rio de
Janeiro, no campeonato brasileiro de 2004, o campeonato carioca está
começando, e, a princípio, os problemas continuam os mesmos. Como
podemos acreditar em Vasco, Flamengo, Fluminense e Botafogo,
considerados grandes, com os problemas de estrutura que esses clubes
têm? Para começar, uma das coisas que mais preocupam os torcedores é
como administrar a paixão que a cada ano vai se esvaindo do coração
deles, "os torcedores".
A prova disto é a evasão de público dos estádios de futebol, e, para completar, existe o fato de que os ídolos estão desaparecendo. A cultura do futebol está dando espaço para outros esportes mais organizados.
Eu mencionei um problema que ocorre com o futebol, para ilustrar o quanto é ruim para o esporte, de uma maneira geral, não termos um futebol forte. Quem diria que um atleta de esporte olímpico, que não dava crédito ao futebol, fosse defendê-lo? Por ser um amante do esporte, aprendi que não importa qual seja a modalidade esportiva; ela deve ser respeitada.
Hoje, tenho uma visão do esporte mais global, pelo fato de poder estar em contato com os sucessos e fracassos de vários esportes. Quando falo de sucessos e fracassos, algumas perguntas ecoam em minha cabeça, tais como: como é possível, termos um ídolo no tênis como Gustavo Kuerten colocando o Brasil no top spot do mundo, e um presidente de confederação que não implanta uma política de popularização do tênis? Um exemplo positivo está no vôlei, que, entre altos e baixos, conseguiu elevar o status de uma geração de prata ao ouro, em duas edições olímpicas, e mais: deu ao Brasil títulos mundiais em todas as categorias.
O que falar do basquete masculino, que perdeu a segunda posição na preferência popular? Hoje, somos o país que pratica vôlei em todo litoral; as praias estão lotadas de redes de vôlei. Por essa razão, o modelo de sucesso desse esporte deveria servir para que os presidentes de clubes de futebol, junto com seus presidentes de confederação, pudessem, unidos, dar um rumo novo, oferecendo, como diz Lars Grael, meu contemporâneo de esporte e hoje secretário de Esporte de São Paulo, um novo norte para o esporte considerado brasileiro, mesmo que inventado pelos ingleses: o nosso bom e velho futebol, especificamente o do Rio de janeiro, pois é vergonhoso o que está acontecendo.
Se o futebol vive na míngua, o que dizer dos outros esportes? Esse papo a
gente vai bater numa outra ocasião, com um mapa do esporte no Rio de
Janeiro.