Protetores Hepáticos
Saúde com Dr.José Figueiredo Penteado
Existem protetores hepáticos? Eles funcionam?
Uma questão que esbarra em tabus, falta de informações, culturas e falta de conhecimento.
Cada um de nós acredita que o fígado pode doer, pode sofrer com as nossas infrações ocasionais alimentares e alcoólicas. Baseados nessas suposições, surgem os tabus, os truques, e as medidas que se usam são para tentar curar as homéricas libações alimentares, alcoólicas, que nada mais são que o “day after”, com todo o seu cortejo sintomático.
Cada vez mais se acumulam trabalhos, pesquisas, querendo buscar e entender o papel dos hepatoprotetores na hepatotoxidade. A confusão começa com o desconhecimento do papel e funções do fígado, misturado com um dos produtos do seu funcionamento que é a bile e o seu armazenamento pela vesícula. Logo, tudo que o leigo usa achando que está protegendo o fígado, como a alcachofra, o chophytol, boldo, eparema, engov, só tem como função estimular a secreção da bile e/ou estimular o esvaziamento da vesícula, sem nenhuma ação na proteção hepática.
Outros produtos à base de metionina, arginina, ornitina, citrulina não têm nenhum respaldo cientifico na ajuda da regeneração do fígado.
Resta a silimarina, mas trabalhos recentes para avaliar a evidência científica dessa substância como hepatoprotetora ainda não são conclusivos e são bastante contraditórios.
As análises dos trabalhos já publicados concluíram que, apesar de inúmeros estudos experimentais mostrarem efeitos protetores hepáticos da silimarina contra lesões tóxicas, os estudos clínicos são escassos e não permitem conclusões definitivas. Existem cerca de doze ensaios clínicos em diferentes indicações de doenças hepáticas ainda em andamento e sem conclusão. Aguardemos para podermos ter alguma evidência ou certeza de sua ação e ver se resta alguma substância com essa função na farmacopéia.
Ref.: Ferreira, Adalgisa - Universidade Federal do Maranhão GED2011:30(Supl):06-47.