RADARES - POLÊMICA À VISTA




A Resolução 396, do Contran, acaba com a obrigatoriedade de avisar ao motorista onde há fiscalização eletrônica. Nos locais onde não tem sinalização regulamentando a velocidade, os limites máximos deverão ser os fixados no artigo 61 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Onde houver o medidor de velocidade fixo, o uso dos equipamentos móveis e portáteis somente poderá ser feito a uma distância mínima de 500 metros em vias urbanas e trechos de vias rurais com características de via urbana, e a dois quilômetros de vias rurais e vias de trânsito rápido. A instalação de medidores de velocidade deve ser precedida de estudo técnico sobre a sua necessidade, exceto o de radares móveis em rodovias, em que qualquer ponto pode ser fiscalizado. Além disso, tais aparelhos podem ser instalados mesmo em trechos de rodovias sem sinalização da velocidade máxima permitida.

O argumento da mudança é a redução do número de acidentes, já que muitos motoristas aproveitavam o aviso dos radares para ultrapassar a velocidade máxima permitida em pontos não cobertos pelo equipamento.

O melhor desta resolução é que ela não permite que radares fiquem escondidos. Contudo, não se sabe, até o momento, como será a avaliação quanto à visibilidade ou não deste.
A maioria das infrações por excesso de velocidade acontece por descuido do condutor. Estar a 72Km/h onde o limite é 60Km/h certamente não faz do condutor um criminoso, mas há o fator da imprudência, que coloca a vida do condutor, e de quem está à sua volta, em risco. Porém também é verdade que algumas vezes, pela preocupação com o trânsito, justamente por buscar dirigir com segurança por si e pelos outros, o motorista se distrai e passa um pouco do limite. Com a nova resolução, os motoristas terão que se acostumar a seguir o limite de velocidade determinado nas placas, não somente quando passar pelos radares, mas em toda a via. Isso acabará gerando maior prudência no trânsito, mesmo que, de início, desagrade à grande maioria dos condutores de veículos. 

Certamente o número de multas aumentará num primeiro momento; mas, após o primeiro “susto” e descontentamento por parte dos infratores, estes serão forçados a andar dentro dos limites de velocidades estabelecidos, para evitar prejuízo financeiro. A preocupação dos condutores de veículos hoje, ou pelo menos grande parte deles, é apenas financeira. Infelizmente, a educação tem que vir por estes meios.

Esta discussão está apenas começando, e ainda muitas polêmicas serão levantadas. Todo debate em torno de algum assunto é positivo, na medida em que promove alternativas de soluções para os problemas. Então, que sejam abertas as discussões.