Tarô e meditação: osho, o caminho do autoconhecimento




Aconteceu, no início de maio, pela primeira vez no Rio de Janeiro, a Mistyc Fair, a maior feira esotérica do Brasil. O evento contou com palestras, estandes, vivências, alinhamento de chacras e vários esotéricos dando consultas. Entrevistei uma das maiores tarólogas do país, Prem Mangla, que estava dando palestra e consultas na feira. Ela me falou sobre tarô e meditação, o caminho do autoconhecimento. Começou mostrando que não devemos nos preocupar em agradar as pessoas o tempo todo, pois, com isso, perdemos a nossa essência. 

Com isto passando a representar no palco da vida com máscaras adquiridas ao longo do percurso, e só quebramos este padrão à medida que praticamos as Técnicas de Meditação Ativa do Osho, criadas para os mais variados tipos de indivíduos existentes, levando-os à auto-observação e à consciência de quem somos nós e de nossas responsabilidades diante dos fatos da vida. Desta maneira, passamos a assumir as nossas vidas com as causas e consequências de nossos atos. Quanto mais nos observamos, mais nos conhecemos e podemos identificar a nossa responsabilidade. O tarô Osho vai muito além da função premonitória de um oráculo. Por ser todo baseado na filosofia zen, trata-se de um jogo que privilegia o momento presente e incita a meditação e o uso da intuição como instrumentos para se atingir o equilíbrio e a integridade pessoal.

 É um tarô contemporâneo que foi criado a partir dos ensinamentos deixados pelo líder espiritual indiano Osho Rajneesh e que prima pelo desenvolvimento da consciência humana e pela libertação do indivíduo, oferecendo ao consulente, em cada uma de suas cartas, uma nova visão do ser, na qual o instante presente é a chave para a construção de um futuro melhor e onde o mental deve ser suprimido em função da intuição e do espiritual. 

O conjunto das imagens contemporâneas retratadas nas cartas deste jogo de tarô substituem os elementos medievais presentes nos tarôs tradicionais, como o de Marselha, e permitem ao leitor uma direta conexão com a filosofia transcendental do Zen. Possui desenhos que contêm uma rica simbologia, cujo significado pode ser facilmente identificado, após as primeiras experiências com o baralho, que segue a estrutura do tarô tradicional, porém adiciona uma carta às 22 denominadas arcanos maiores: a carta O Mestre (sem número), que simboliza a transcendência do individuo após ter trilhado todo o caminho da viagem iniciática, marcando a dissolução final do “eu” no oceano da consciência cósmica. Cada uma das 23 cartas dos arcanos maiores recebeu uma releitura baseada na filosofia zen do Osho e, portanto, apresenta denominações diferentes das tradicionais, com exceção das cartas O Bobo e Os Amantes. As demais lâminas apresentam, tanto na ilustração quanto no título, uma tradução que sintetiza o pensamento zen e trabalha sobre a ideia da união do corpo, da mente e da alma. 

A carta I, O Mago, é traduzida neste baralho como Existência, representada por uma mulher nua, sentada sobre uma flor de lótus, a contemplar o universo; a carta III, A Imperatriz, é denominada A Criatividade e representa o potencial criativo do indivíduo quando este consegue se desprender do seu “ego” e participar da existência de uma maneira fluida e desprendida; a carta IV, O Imperador, é chamada de O Rebelde e mostra um homem que é mestre de seu próprio destino; a carta XIII, A Morte, (ou“sem nome”) é traduzida como A Transformação e, ao contrário da assustadora imagem da caveira com a foice nas mãos, presente no tarô de Marselha, é representada no Tarô Osho Zen por uma harmoniosa imagem de um ser em posição de lótus que mantém nas mãos os instrumentos para a autotransformação. Nos arcanos menores (56 cartas) os naipes de Paus, Copas, Espadas e Ouros foram traduzidos no Tarô Osho Zen por Fogo, Água, Nuvens e Arco-Íris, respectivamente. 

Estes são representados nas cartas por diamantes de cores diferenciadas: as cartas do elemento fogo possuem um diamante na cor vermelha, as de água um diamante azul, as de nuvens um diamante cinza e as de arco-íris um diamante multicolorido. Embora esta configuração se diferencie da peculiar aos tarôs tradicionais, ela igualmente representa os quatro aspectos que devem ser trabalhados pelo indivíduo: Fogo (Paus): representa a esfera da ação, do movimento, da energia vital que nos move e nos permite ser criativos; Água (Copas): corresponde à esfera das emoções, de um tipo de energia mais receptiva e mais feminina (Yin) do que a do fogo (Yang). Diz respeito igualmente à intuição e à voz do coração; Nuvens (Espadas): simboliza o mental, o pensamento, a capacidade de comunicação e de compreensão. 

É representado pelas “nuvens” uma vez que, na visão zen, o mental muitas vezes pode vir a obscurecer a luz, a tornar nebulosa uma situação que deveria ser resolvida a partir do coração e não apenas com a razão; Arco-Íris (Ouros): corresponde ao elemento terra e evoca os aspectos práticos e materiais da vida. Por estar embasado na filosofia zen, também evoca a união da Terra com o céu – representada pelo arco-íris –, a integração do corpo com a alma e o equilíbrio dos opostos. Independentemente da técnica ou do instrumento interpretativo utilizados, o jogo do Tarô Osho Zen pode ser visto como um apelo para o despertar, para sintonizar-se com a sensibilidade e a intuição, incitando a coragem e a individualidade. 

E a mensagem final que resta, seja qual for a tiragem, é que a vida deve ser vivida aqui e agora, como uma grande aventura ou como uma dança para ser dançada com o coração, com a leveza, espontaneidade e alegria de uma criança – aliada à experiência e à maturidade de um adulto. Esse é o caminho para nos tornarmos seres mais íntegros e luminosos.