Nenhum cidadão pode estar acima da Constituição do seu país.
Basta que haja um, ainda que um só, e a ordem pública vai pro
brejo. A isso se chama “tecido social”, e quem costura esse tecido é a Justiça.
Goste-se ou não, decisão de juiz é para ser cumprida.
Vejo, com preocupação, certos pronunciamentos de políticos,
sobretudo no Legislativo, questionando acórdãos e sentenças da Suprema Corte.
Aonde querem chegar? Não vêem que com isso estão a propor a
desobediência civil?
Temos em nossa História alguns exemplos de desrespeito à
Constituição Federal, tais como a ditadura de Getulio Vargas e o autoritarismo
militar, e sabemos aonde isso pode chegar.
Acabam-se as garantias individuais, o respeito aos contratos, e
promove-se o caos.
Já fomos chamados pelo mundo civilizado de “republiqueta das
bananas”, e não queremos isso de novo.
Sofremos e lutamos muito para que esses males acabassem.
Vejo também com preocupação esse negócio de controle social da
mídia.
Pergunto a você, leitor inteligente: se a imprensa não fosse
livre, teríamos a denúncia do mensalão? Claro que não!
Ficaria tudo camuflado, o dito pelo não dito, e o crime dos
mensaleiros considerado apenas “um malfeito”.
Quando muito diriam que tudo não passara do malfadado caixa dois,
coisa “normal” no país, e poriam a culpa no Marcos Valério. Não descartariam
nem mesmo a possibilidade de o José Dirceu candidatar-se à sucessão da
presidente Dilma.
Mas, felizmente, nossas instituições mostraram-se fortes e,
sobretudo, a Suprema Corte afirmou sua independência (embora seus ministros
sejam escolhidos pela Presidência da República).
A figura do juiz Joaquim Barbosa, julgando destemidamente, há de
ficar na memória coletiva.
Aventureiros e responsáveis, populistas e demagogos, hão de
aprender que no Brasil existem leis que estão acima de nossas vontades
individuais.
Aberrações como o Chavismo e Kirchneirismo hão de ficar sempre
fora de nossas fronteiras.
Se Deus quiser, amém.