OS VINHOS

Pra quem gosta de bons vinhos, a região de Bordeaux, no sul da França, é o paraíso.
E eu gosto, mas como gosto de pedalar também, aceitei  o convite de minha mulher, e percorremos boa parte das vinícolas de bicicleta.

Foram seis dias, aproximadamente trezentos quilômetros, provando alguns dos melhores vinhos do mundo. Depois de uma rápida estada na própria cidade de Bordeaux, partimos para Dordogne, passando por belíssimos castelos, em cujos solos são cultivadas as uvas e produzidos os vinhos.
Em seguida, fomos para a cidade medieval de St Emilion, cujo nome é familiar aos apreciadores da bebida.


Provamos três diferentes vinhos, cada um mais saboroso que o outro e, sem perder o equilíbrio sobre duas rodas, seguimos por uma pequena estrada até o Chateau de Candale, magnífico castelo onde são produzidos os chamados “Gran Cru Classe”, como são denominados os vinhos de grande qualidade.
Na manhã seguinte, montamos nas bikes e rumamos para Pomerol.
Como ninguém é de ferro, paramos diversas vezes  para testar os vinhos da região, que são gentilmente oferecidos pelos produtores locais.
Sinceramente, depois de provar os vinhos do Chateau Figeac, foi difícil voltar à bicicleta. Mas tínhamos que continuar.
Chegamos a Bordelais, terra dos Mèdoc e Cabernet Sauvignon.
Acho que provamos de tudo: Margaux, Latour, Paulliac, Beychevelle, e sei lá quantos mais.
Só sei que esses nomes deixarão os leitores, apreciadores de vinhos, com água na boca.
Agora, uma coisa que não se pode deixar de constatar é a competência do agricultor francês.
O negócio do vinho, um dos maiores produtos de exportação da França, é tratado com extrema seriedade.
Se a safra da uva não for boa, preferem perdê-la do que colocar no mercado um vinho sem qualidade.
Quando há necessidade de misturar uvas, fazem-no criteriosamente, para não adulterar o sabor.
Como disse um parisiense, a França depende dos seus vinhos.
Tim-tim! Saúde!


Paulo Sergio Valle