A FESTA DO PINHÃO



Para comemorar essa época de festas tão tradicionais Brasil adentro, resolvi republicar um artigo bastante interessante para os amantes de árvores. Vamos ler novamente.
Junho e julho são meses tradicionais na cultura brasileira. De Norte a Sul do país, mas principalmente no nordeste brasileiro, as festas com comidas típicas, danças e fantasias arrastam multidões pelos interiores iluminados por fogueiras sob estrelas. No Rio de Janeiro, essas tradições passam quase nulas, mas, ainda assim, numa festa ou outra, resiste a tradição das comidas típicas das famosas festas em homenagem a Santo Antônio, São João e São Pedro. Sim, estamos falando das famosas festas juninas que se estendem até meados de julho.
No Sul do Brasil, principalmente lá, ou nem tão longe assim,  aqui bem mais perto, na serra fluminense, por essa época,  encerra-se o ciclo de colheita da pinha ou pinhão, nada mais do que o fruto do pinheiro do Paraná, ou a Araucaria angustifólia, conhecido comumente como Araucária, a árvore que, quando adulta, pode atingir até 50 metros de altura e é símbolo do estado do Paraná, no Sul do país. 


Com um tronco invariavelmente liso e um diâmetro que pode chegar a dois metros de circunferência, sua conformação, em exemplares adultos, lembra a de um cálice. O curioso é que essa árvore, quando muito jovem, é bastante diferente do que virá a ser. Frágil e com aspecto estiolado, o protótipo de gigante demora bastante a atingir a forma tradicional e em sua idade intermediária é muito usada como árvore de natal nas regiões do Sul do Brasil.
Seu fruto normalmente é cozido, sendo bastante apreciado nas festas típicas, além de representar uma importante fonte de alimentação para a população das cidades interioranas do sul. Cada árvore, em sua fase plena de maturação pode chegar a impressionante marca dos 50 kg de pinha.

A Araucária é uma árvore de grande beleza e chama atenção por sua imponência paisagística, prestando-se muito bem para plantio como uma planta escultural. Seu florescimento é insignificante, mas seus ramos fazem toda a diferença. Ela está bastante presente na cidade de Curitiba, que tem aspectos bastante interessantes não só do ponto de vista paisagístico, como também de total harmonia e funcionalidade.

De toda forma, não temos, aqui na capital fluminense, nem muitas tradições das festas de meio de ano e muito menos de cultivar Araucárias. Claro, é uma espécie de clima frio, de altitude (acima dos mil metros), bem como temperaturas médias próximas dos 15°C em boa parte do ano, com pouca variação, além de alta luminosidade.         
Em todo caso, isso não é motivo para você não conhecer uma das mais belas espécies brasileiras. Ao subir a serra, não deixe de apreciar o belo pinheiro e, se puder, prove seu fruto numa tradicional festa de meio do ano. Ainda há tempo.

Fabio Freitas