O
duelo da estrela
A
espada pesa, o ombro
Não
é o aço
Mais
um passo, um tombo
E
outra reza
Vem
de assalto um medo
Desanima
Em
cima do rochedo
Grita
alto
Pesa
a espada, o peso
De
um sertão
O
coração aceso
É a
enxada
Vem
com banal bravura
Traz
a lança
Distância
não dura
É o
rival
A
espada: peso morto
Em
sua mão
O
medo não é do outro
É da
mancada
Cárlisson
Galdino
Expressionismo
Minha
pele veste liberdade
Eu
herdo a mesma força da minha parideira
Minha
garganta ainda grita o mesmo grito histórico
Carrego
o fardo de defender-me de ignorância alheia
Desculpem-me
os “conceitos morais”
Mas
minha alma é muito inquieta
A
tua “moral” não me satisfaz
O
meu arbítrio te afeta?
Meu
vocabulário não se intimida
E
meu corpo faz jus ao bem-estar
Tabu
nenhum me representa
Qual
a ofensa em gozar?
Eu
me permito viver o que acredito
E
desgastantemente defender o óbvio,
O
que essas mentes ofuscadas ainda não viram:
Felicidade
é o propósito.
Eu,
mulher:
Na
história guerreira, no trabalho profissional
Na
vida independente,
Perante
outro igual.
Ana
Julia Bolato
Só
eu e você
Sim, só eu e você.
Sem
romance sem nuance
Só
nós dois, neste lance:
Eu
escrevo e você lê!
Sem
ademais, sem nada mais
Deste
“love love” aturdido
Que
se debate inibido
Enquanto
o poema se desfaz
Sem
fronteiras e sem amarras
Sem
ódio e sem alegria
Só
os versos que fazem farra
Pra
te enganar nesta poesia
Pode
até ser impuro
Mas
te garanto, é só zoeira.
Numa
arte de brincadeira
De
um poeta imaturo
É
uma forma tendenciosa
Sob
uma tentativa frustrada
De
fazer arte enganosa.
Sem
contar histórias, nem nada.
Rodrigo Ferreira Santos
Rodrigo Ferreira Santos
Mulheres
castanhas
Quero em minha poesia
começar
uma campanha
pra
defender o encanto
que
há na mulher castanha
em
versos salientando
sua
beleza tamanha
Ninguém
chama uma rosa
de
tulipa ou açucena
nem
também a margarida
é
chamada de verbena
assim
não chame a castanha
de
loira nem de morena
Eu
admiro a mulata
e a
loira é atraente
a
morena e a ruiva
tem
beleza certamente
mas
o charme da castanha
é de
todas diferente
Os cabelos
da mulher
emolduram
o seu rosto
e no
castanho intenso
seu
encanto fica exposto
De
elegância e vigor
esse
matiz é composto
Cada
cor tem um lugar
pra
cumprir o seu mister
O
verde é na esmeralda
Na
alva é o rosicler
o
vermelho numa flor
e o
castanho na mulher
Num
cavalo alazão
o
castanho é supino
Na
madeira e no mel
seu
fulgor é genuíno
Mas
encontra a perfeição
no
encanto feminino
Seja
curto ou comprido
indo
até os cotovelos
seja
preso, seja solto
e
penteado com zelos
o
castanho é uma cor
que
ilumina os cabelos
Hoje
a cor natural
que
predominava antes
deu
lugar para madeixas
de
cores extravagantes
Mas
com isso as mulheres
não
ficam mais elegantes
Pra
você que é castanha
de
esplendores repleta
peço
agora que atenda
o
apelo de um poeta:
não
esconda a beleza
da
minha cor predileta
Carlos
Alê