Dietas Exóticas


Por Dr.Alberto Peribanez

Já está no YouTube a versão completa da entrevista "Dietas Exóticas" concedida ao programa Tabu Brasil da emissora de TV a cabo Nat Geo. Este tipo de programa tem a necessidade de passar as noticias de uma forma vibrante, o que beira o sensacionalismo. Porém, nota-se um certo cuidado com o trato das informações e das imagens por parte da equipe de jornalistas e de edição.

O bloco do qual participo é o "Viver de Luz", no qual a "estrela principal" é meu amigo e irmão Oberom. Mas minha participação "coadjuvante" acaba tendo uma importância maior, já que sou médico e me coloco de uma certa maneira favorável a uma alimentação sem os nutrientes que conhecemos como normais: carboidratos, lipídeos e proteínas.
Neste artigo, pretendo comentar e corrigir algumas distorções oriundas da edição deste programa. Criou-se uma suposta "oposição" entre eu e o colega Márcio Mancini, endocrinologista. Na ilha de edição corta-se e recorta-se o que aparece na versão final e, como quase todos sabemos, o que sai na entrevista nunca corresponde ao que realmente quisemos dizer.

Em primeiro lugar, sou médico, formado, sim, no Brasil e na Alemanha, mas em nenhum momento procuro me colocar como o "rebelde" ou oponente da prática médica estabelecida. Na forma original, minhas ideias e as do mencionado colega pouco diferem. O que podemos ter são práticas médicas diferentes, fato comum na medicina (temos as especialidades, afinal de contas).

Meu principal objetivo na medicina e nesta vida é o de trazer o conceito de moléculas ativas, vivas e fótons, para adicionar estes conhecimentos de aspecto quântico ao que já se conhece em alimentação funcional. Os alimentos vivos, acompanhados por alguma coisa cozida e vegetariana podem sim manter toda nossa economia, em estado de plena e vibrante saúde. Não é necessária uma "conversão" da pessoa, mas uma aceitação e inclusão do cotidiano destes alimentos que ensinamos em oficinas no Programa de Saúde da Família ou na rede de educação escolar.

A medicina já reconhece os alimentos funcionais e existem muitos estudos de grande impacto nesta área. Se eu pudesse realmente resumir o que estou fazendo neste momento, seria unir os universos da natureza (água, ar, terra, luz do Sol, vida e alegria) com o universo da saúde humana e os domínios imateriais (paz, consciência, amor, poder de transformação, eternidade e trabalho criativo) à saúde mental do indivíduo.

Isso que faço é, sim, revolucionário e original, mas em nenhum momento os médicos, psicólogos ou nutricionistas que participam de meus cursos identificam nisso algo exótico ou fora da corrente (outstream). Nos últimos dez anos, venho agrupando conhecimentos de fisiologia (aqueles que são ensinados a alunos de graduação em medicina) de forma prática e lógica e mostrando em meus cursos "BASES" que podemos reverter o processo denominado "doença" através do reequilíbrio homeostático do corpo e do reequilíbrio mental e emocional da parte energética, ou alma humana.

Mas o que realmente resume o que estou fazendo é trazer o homem de volta à natureza e a natureza de volta ao homem. As cenas que aparecem no programa mostram exatamente isso. Ao espremer o saquinho coador e retirar o "leite da terra" em uma comunidade extremamente carente, faço um gesto também extremo: levar os fótons e moléculas vivas de forma "on-line" aonde elas mais fazem falta.

Estamos comendo lixo processado, bebendo água contaminada, respirando ar poluído. Enquanto muitos jovens e muitos brasileiros pobres vivem e se alimentam desta ração processada, louvo pesquisadores como o Oberom. A gula desenfreada e os hábitos nojentos retratados no programa dispensam comentários, mas não causam assim tanto espanto.

O que ainda surpreende – e incomoda – a grande maioria dos homens é que somos capazes de transformar nossos seres, nossas células, nossa programação nucleica e tornarmo-nos seres criativos, capazes de transformar o ambiente que nos cerca e o Universo...
As capacitações que nos foram contempladas nos assustam. Como a gaivota do romance João Capelo, de Richard Bach, podemos nos elevar, podemos nos distanciar do padrão "aguardar o peixe dos barcos pesqueiros" e decolar em voos de consciência atmosférica. Como no romance, as gaivotas obesas e fastiadas observam o esquálido e branco pássaro e pensam "ele enlouqueceu". Mas quem é realmente louco nesta vida? A meu ver, são todos aqueles que se recusam a reconhecer a natureza mutante e evolutiva do próprio processo que denominamos vida.

Comer carne de cavalo ou emporcalhar-se com vísceras de animais ou pênis de boto, frequentar as redes de hambúrgueres e cachorros-quentes, comer o tempo todo, não causam tanto espanto. Viver de prana sim, isso desafia o bem-estar e a ordem vigentes.

Alberto P. Gonzalez, médico
www.doutoralberto.com