Música

Oi, minha gente, desta vez a música brasileira passou frio na Alemanha; pegamos uma geladeira de 10° negativos. Fomos representar o Brasil na grande feira internacional de biotecnologia e produtos orgânicos, a BioFach 2005, em Nuremberg. O trio convocado foi: Yamandu Costa, no violão; Robertinho Silva, na percussão; Armandinho, nas guitarras baianas; e, para completar a seleção: Thiago do Espírito Santo, no baixo; Edu Ribeiro, na bateria; e Rogério Caetano, com violão de sete cordas.

Quando chegamos ao salão principal da feira para iniciar o show, a energia das pessoas já era grande, pois dançavam com o balanço verde-e-amarelo do DJ paulistano Fernando Figueiredo. Mas conseguimos acalmar a euforia dos alemães e brasileiros que estavam regados pela caipirinha: a platéia vibrou com o repertório instrumental brasileiríssimo, com temas de samba, choro, frevo e percussão afro-brasileira.

E não pára por aí, pois este ano a música instrumental brasileira já está agendada para Áustria, Portugal, Espanha e África do Sul. Isso vai contribuir com o atual momento histórico da nossa música, que está, hoje, mostrando mundo afora que nesse país temos muito mais que mulatas de samba. Infelizmente, o turismo chega aqui e quase não encontra espaços de música instrumental, pois a mídia prefere se render ao ciclo vicioso global, tendo como prioridade o lado mais comercial da nossa cultura.

É assim mesmo, mas nós somos RESISTÊNCIA! Um forte abraço e até a próxima.

Robertinho Silva.
(Organização do texto: Naiana Bregolato).