O Lagoa Viva, perseverando ao longo dos últimos 12 anos como protagonista principal de luta pela criação do subcomitê da bacia hidrográfica de Jacarepaguá, consolida-se definitivamente como a melhor referência de defesa e cuidado ambiental no nosso território. Soma-se à sua estratégica criação e coordenação o Movimento Evolutivo Pacto de Resgate Ambiental, união de todos os segmentos da comunidade local, dos que vêm trabalhando pela revitalização e conservação permanente da nossa bacia hidrográfica.
Desde o início, no I Encontro em 2000, vem
engajando novos atores na causa ambiental, priorizando a luta pelo
saneamento, realizando seminários, trabalhos de informação, publicações,
capacitação, campanhas, palestras, pesquisa científica, parcerias com
universidades, empresas e os governos, além de monitoramento, denúncias,
promoção da educação ambiental, ações práticas de campo com limpeza e
recuperação de faixas marginais das lagoas e rios, ampliando a
consciência para as soluções das questões ambientais locais.
As pessoas
querem salvar o planeta com seus bilhões de anos, mas ainda não se deram
conta que elas são apenas parte do planeta. Fazemos a nossa parte, na
certeza de que nossas ações, priorizando a difusão de conhecimentos,
estão ajudando para que nossa comunidade se sinta motivada e
fundamentada por informações, discernindo e escolhendo caminhos mais
sustentáveis. Dentro deste contexto, a equipe Lagoa Viva defende o IR
ecológico, ao desenvolver vários projetos, “Limpando a sua Barra”,
“Conhecer para Conservar”, “Zeróleo”, “Zeropilha”, “Zeroeletro”,
contribui como agente indutor de mudanças, sempre alertando que o mais
importante é o compromisso individual e coletivo, com adoção e promoção
das boas práticas sustentáveis no dia a dia das empresas, instituições,
condomínios e comunidades locais.
Hoje, existem evidências de que o
sistema climático da Terra está aquecendo devido às emissões de gases do
efeito estufa. O efeito do aquecimento global nas economias será cada
vez mais contundente: a elevação do nível dos oceanos afetará as
populações que vivem na região dos litorais; chuvas intensas e ácidas,
ondas de calor, tornados, furacões, maremotos, desertificação, entre
outras ocorrências mais constantes, farão com que muitos percam suas
habitações, plantações, e surgirão milhares de refugiados ambientais,
desencadeando migrações descontroladas para as regiões menos atingidas.
Se há alguns anos eram poucas as notícias envolvendo questões
climáticas, hoje elas estão presentes aos nossos olhos diariamente em
todos os países.
Comprovações científicas, nem todas disponibilizadas,
refletem a intensidade dos problemas ambientais que enfrentaremos daqui
por diante. Poucos são os governos, empresas e indivíduos com
entendimentos e prioridades suficientes para se dedicarem a práticas de
recuperação e proteção ambiental, que exigem recursos vultosos, ações
extremas com intenso envolvimento participativo dos detentores do
capital e das comunidades locais. O mundo necessita, mais urgentemente
que nunca, de um acordo climático que seja bem-sucedido, de que sejam
feitas mudanças significativas nas políticas locais e do cumprimento de
leis nacionais e acordos internacionais. Na mais importante reunião
acontecendo este mês em Durban, na África do Sul, a 17ª Conferência das
Partes (COP17) da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações
Climáticas, é mais uma oportunidade para examinarmos nossas idéias sobre
a segurança do nosso planeta, direcionando caminhos para qual mundo
queremos estar nos próximos anos. As circunstâncias de crise financeira
global e o maior engajamento das sociedades na luta pela
sustentabilidade são, sem dúvida, fatores que influenciam os debates em
todos os cantos da Terra.
O agravamento do conjunto de desastres
ambientais, por conta de diversos fatores, dentre eles o das mudanças
climáticas, torna-se razão suficiente para fazermos deste século, “O
século do cuidado das formas de vida”. Será que há tempo? É preciso agir
urgentemente, porque este sistema de vida de consumo exacerbado e
perdulário que se oferece como paraíso, fundado na exploração do próximo
e na aniquilação da natureza, é o que está fazendo adoecer nosso corpo,
está envenenando nossas entranhas e está nos deixando sem mundo. A
injustiça aumenta, onde uma minoria da humanidade comete as agressões
contra a natureza, e é a grande parte da biodiversidade e da maioria da
população humana que inexoravelmente pagará as consequências da
degradação dos recursos naturais não renováveis, da intoxicação do ar,
do envenenamento da água, do enlouquecimento do clima, antevendo um
cenário onde a comida sadia, a água limpa, o ar puro e a liberdade não
serão mais direitos de todos, mas sim privilégios dos poucos que poderão
pagar por eles. Se for verdade que temos o poder de interferir no
ambiente, também é verdade que, ao destruirmos as condições para as
nossas e diversas formas de vidas no planeta, estamos caminhando para um
ponto sem retorno e não termos uma casa onde conviver.
Não desejamos o
século da morte. A RIO+20 é mais uma chance de chamar à responsabilidade
os tomadores de decisão, pressionar e influenciar para que as
autoridades governamentais e líderes em todos os campos do saber se
comprometam com uma economia de baixo carbono e com o sentido de
urgência para executar políticas públicas de precaução, mitigação e
adaptação aos novos tempos nada promissores que enfrentaremos, de jogar
luz sobre os bons exemplos, para que se tornem os guias dessa nova fase
da história da humanidade. Não há porque esmorecer, o nosso tempo é
agora, nessa curta vida é que devemos resgatar o legado de passado
irrefletido, priorizar e dedicar o nosso precioso e finito tempo que
passamos em nossa divina existência, tempo impagável, que nunca volta,
não só por amor à causa ambiental, mas por questão da nossa e futura
sobrevivência. Preste atenção às coisas que são relevantes para o seu
amanhã, dos seus e de todos que ainda vivem nesta fina casquinha deste
pequeno e vulnerável habitat, nosso planeta Terra.
Você pode e deve se
juntar a esta causa, faça a sua parte, começando por cuidar do ambiente
de seu corpo, moradia, cidade, condomínio, rua, rio, lagoa, sua
floresta, sem medo de ser feliz. Doe um pouco do seu valioso tempo, não
só por sua vida, sua família, mas, talvez, para possibilitar o fenômeno
de outras vidas. Conclamamos todos a tomar ações preventivas e concretas
urgentes. Não há outro tempo possível para agir. Desejamos um 2012 mais
feliz para todos, que as aspirações de cada um de nós incorporem os
princípios da solidariedade, da sustentabilidade e da justiça social, e
que tenhamos a coragem e determinação suficiente para mudarmos o nosso
modo de vida e o mundo.