Cinema
BREVE HISTÓRIA DO CINEMA MUNDIAL
Capítulo 1 – Estados Unidos da América – Parte 5
O CINEMA DOS EUA NA DÉCADA DE 1920 (Continuação)
HOWARD HAWKS (1896-1977) é outro grande nome que começa a produzir em 1926, com o filme O caminho para a Glória. Em 1928, lança Louise Brooks em Uma garota em cada porto (mais tarde, ela iria ser Lulu, a mulher fatal de A Caixa de Pandora, dirigido por G. W. Pabst).
WALTER ELIAS DISNEY (1901-1966), o rei do cinema animado, foi para Hollywood em 1922, após algumas tentativas em outras profissões. Um ano depois, funda o Disney Studio, juntamente com seu irmão Roy. De 1923 a 1926, começou a combinar desenho animado e atores em uma série: Alice no país dos desenhos animados. Em 1926/1927, cria seu primeiro personagem, o coelho Oswald. Mas o sucesso viria em 18.11.1928, data da estreia de Mickey Mouse, com o primeiro desenho sonoro do rato malandrinho: Steamboat Willie.
O ano de 1927 marca o início do cinema sonoro, com O cantor de jazz, de ALAN CROSLAND (1894-1936), que antes, em 1926, já produzira Don Juan, primeiro filme com uma música pós-sincronizada. Uma nova era que iria revolucionar todo o modo de produção e proporcionar inúmeros recursos aos cineastas, com grandes mudanças nos planos econômico, técnico, industrial e artístico, tornando os filmes mais atraentes. Mas os custos de produção aumentaram e um dos recursos da indústria foi dividir os programas de produção de filmes em gêneros. Os dois gêneros mais favorecidos foram a comédia musical e a comédia musicada, além do western – onde pontificou o mestre JOHN FORD –, caracterizando, nos anos seguintes, a produção norte-americana.
1930/1939 – A DÉCADA DE GRANDES PRODUÇÕES
Com o advento do cinema sonoro, a partir de outubro de 1927, a produção americana experimentou uma nova era, com uma revolução no nível técnico, nas condições e nos métodos dos trabalhos dos estúdios. Embora no início do sonoro a preferência dos realizadores fosse para o espetáculo musical, outros gêneros tiveram notável progresso, como a comédia (ligeira, sofisticada ou burlesca), o policial, a aventura, o romance, bem como filmes de guerra e de faroeste, além de adaptações de livros etc.
A recessão dos anos 1930, advinda do crash da Bolsa de Wall Street, em outubro de 1929, afetou, no início, os grandes produtores, com alguns reduzindo suas atividades em mais de cinquenta por cento. Foram feitos vários filmes de orçamento reduzido. Como havia problemas de aceitação, no exterior, dos filmes originais (legendas? Nem pensar!), provocando queda nas vendas, estes passaram a ter versões sonoras adequadas aos idiomas de destino. Em novembro de 1933, Roosevelt é eleito e, com o apoio do povo, implanta o New Deal, política de reformas sociais e econômicas que iria promover lenta e contínua recuperação da economia norte-americana. Uma certa fantasia e conformismo marcou a produção cinematográfica durante os anos do New Deal.
No fim da década de 1930, a Polônia é invadida por Hitler e os americanos, que estavam saindo da depressão, têm em mãos outro problema: a II Guerra Mundial. Configurou-se, assim, uma ocasião ideal para a indústria do divertimento e do escapismo. O ano dourado da década é 1939, com vários clássicos imperdíveis. A seguir, faremos um breve resumo dos melhores filmes.
A década se inicia timidamente em 1930 e o destaque fica apenas com o filme de Lewis Milestone, Sem novidade no front, adaptação cinematográfica do conto pacifista de Erich Maria Remarque, que conta a experiência e a desilusão de sete jovens soldados alemães, voluntários para lutar na I Guerra Mundial. Em 1931, temos a obra-prima de Charles Chaplin, Luzes da Cidade, onde Carlitos fica apaixonado por florista cega e consegue, a duras penas, pagar a operação para devolver-lhe a visão; há, ainda, cenas antológicas de sua amizade com um milionário que o trata como amigo quando está bêbado e o escorraça quando está sóbrio. Filme mudo, em plena era do som, supera, em muitos pontos, o ganhador do Oscar do ano: Cimarron.
Outro filme de destaque, em 1931, é Frankenstein, de James Whale, clássico pioneiro de terror, baseado no romance de Mary Shelley. É uma obra com forte influência de filmes mudos do expressionismo alemão, notadamente O monstro de Barro (1920), além de Nosferatu (1922) e O gabinete do dr. Caligari (1919). Nele, Boris Karloff atinge o estrelato com a interpretação do monstro imprevisível e atormentado que às vezes causa medo, mas é digno de pena.
Uma obra-prima de 1931 é Tabu, de F. W. Murnau, filmado no Taiti em 1929. Casal de nativos tem seu amor interrompido quando a mulher é escolhida para ser consagrada aos deuses, passando a ser tabu para os homens. Murnau faleceu dias antes da estreia do filme. Segundo alguns, foi vítima de uma maldição do sacerdote do Taiti, que não gostou de algumas cenas que foram filmadas.
Tivemos, ainda, em 1931, um ótimo curta-metragem de Stan Laurel e Oliver Hardy (o gordo e o magro): Um amigo trapalhão.